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Fenômeno Ouro de Tolo



Como especialista em performance humana já ouvi muito a máxima: “Depois que conseguir tal coisa serei feliz!”, mas o que eu observava era que, quando a pessoa atingia a determinada meta, ele sentia uma euforia momentânea e posteriormente retornava ao mesmo padrão de insatisfação anterior.

Esse fenômeno, que eu chamo carinhosamente de ouro de tolo – em homenagem ao nosso amigo Raul Seixas – é mais comum do que você possa imaginar.

Eu passei por isso em diversas ocasiões, até compreender que se não me bastasse “sem”, nunca iria me bastar “com”. O desequilíbrio entre minhas crenças de identidade, capacidade e merecimento, me faziam estar sempre em busca de “algo” para me sentir mais seguro.

Isso ocorre por diversos motivos, e talvez o principal deles seja o padrão de pensamento negativo e de insatisfação em que o cérebro desta pessoa está condicionado. Em outras palavras, imagine que o cérebro desta pessoa possui dois óculos, o primeiro possui lentes de gratidão, esperança e otimismo, já o segundo possui lentes de dor, negatividade, estresse e incerteza. Constantemente o cérebro escolhe o segundo óculos, mesmo tendo recebido o estimulo que esperava.

De certa maneira o cérebro desta pessoa está viciado na química da reclamação e da vitimização e sem perceber, ela se vê presa num padrão destrutivo e sem sentido. Não vou adentrar nos detalhes hormonais e neuro-hormonais deste vicio, pois a importante mensagem aqui é: como conseguimos transpor este ciclo vicioso e implantar um clico virtuoso.

Nos processos clínicos e empresariais, conseguimos trabalhar com ferramentas especificas para trazer à tona este padrão e suas motivações.

O primeiro passo é entender que, o seu cérebro faz isso com o intuito de te proteger de algo, lembre-se que nosso cérebro basicamente responde a dois princípios básicos, sobreviver e reproduzir. Desta forma, devemos nos perguntar se existe alguma recompensa subjacente e não identificada que obriga seu cérebro a usar os óculos da insatisfação.

Uma vez entendido isso cognitivamente, é hora de oferecer emocionalmente ao seu cérebro algo melhor para fazer do que reclamar pela realidade que o cerca, sendo assim, vamos trabalhar numa visão de futuro e imprimir este novo padrão com sentimentos, palavras e ações. Criando uma nova e melhorada realidade, para que seu cérebro tenha novas recompensas e, portanto, abandone o padrão anterior.

Nesse momento o caro leitor pode se perguntar: “Então o que você sugere é que criemos uma mentira para o cérebro acreditar?”

A resposta é sim e não, Vou explicar:

Sim, pois vamos deliberadamente ressignificar os acontecimentos do passado próximo – tendo em vista que não existe perda, mas sim aprendizado – e construir uma visão positiva do futuro – uma vez que seu cérebro não diferencia o real do imaginado, porque não criar um futuro melhor.

Não, pois quem te garante que seu futuro não pode ser tão bom ou ainda melhor do que o imaginado.

Mas será que isso realmente funciona?

Analisemos o seguinte experimento realizado em 1979 pela Psicologa Ellen Langer, onde um grupo de homens de 75 anos foram confinados durante uma semana em uma casa, recebendo todos os estímulos de 20 anos atrás – Revistas, programas de TV, roupas, jornais, musicas, mobília – de forma a “enganar” o cérebro numa viagem no tempo imaginária.

Pois bem, foram realizados toda a sorte de testes antes e depois, exames de sangue e até fotos foram tiradas para comparação.

O resultado você já pode imaginar, a maioria dos homens obtiveram melhores resultados em postura, força física, visão, memoria e o mais surpreendente, ao apresentar as fotos dos homens após o experimento a grupos distintos e solicitado um palpite sobre a idade deles, foram atribuídos em média 3 anos mais jovens em relação as fotos anterior ao experimento.

Ou seja, os resultados que temos obtido estão intimamente ligados a forma como observamos a realidade. Com a lente correta em nosso cérebro teremos melhores resultados e seremos mais felizes e sendo mais felizes teremos melhores resultados.

Acredite ou não seu cérebro está trabalhando para criar o seu futuro, os óculos que ele vai usar depende da sua disposição em trabalhar para imprimir novos padrões ou ficar na zona de conforto da sua programação inicial.

A pergunta é: O quão satisfeito você está com sua vida? Você está sempre em busca de algo?

Obs: O mais interessante é que existem diversas pesquisas que comprovam que um ingrediente fundamental para atingir o sucesso e a performance é ser feliz, mas isso é assunto para outra hora.

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